Laboratório/Micélio

Os laboratórios onde se produz micélio foram criados com vista à redução de contaminações nas culturas de fungos de modo a maximizar o sucesso na obtenção de cogumelos. Nos laboratórios mais avançados, as contaminações só surgem caso o operador não execute corretamente uma técnica ou se os equipamentos não estiverem a funcionar devidamente. É importante salientar que a maioria dos contaminantes é invisível a olho nu (esporos) e como tal, devem tomar-se medidas preventivas para evitar ao máximo a sua exposição. Caso estes apareçam devem ser de imediato eliminados.

Todas as culturas de cogumelos tiveram origem na natureza. Foram isoladas através de culturas de tecido ou de esporos e depois mantidas em bancos de culturas ou melhoradas através de um processo que habitualmente se designa melhoramento ou “breeding” de culturas. Uma vez isolada a cultura vai ser testada em produção para verificar se é produtiva e se os cogumelos têm as características pretendidas. As técnicas de produção variam com as exigências das espécies e com as matérias primas e equipamentos disponíveis. No caso de uma cultura ser considerada economicamente viável para produção então ela entra no banco de culturas comercializáveis.

A imagem a seguir evidencia todas as fases de isolamento de culturas e cultivo de cogumelos.

Fases de isolamento de culturas e cultivo de cogumelos

É extremamente difícil senão impossível criar uma cultura pura fora do laboratório pelo que é imprescindível que as primeiras fases decorram em ambiente o mais assético possível. Respeitando esta condição geram-se culturas puras em meio nutritivo com agar, em caixas de Petri.

O passo seguinte é a produção de micélio em grão, onde o meio nutritivo com agar, já colonizado pelo fungo, é transferido para grão de cereal esterilizado. Cada caixa de Petri pode inocular 1 a 2 frascos de grão e cada um destes pode inocular mais 5 a 20 frascos de grão.

O passo de inoculação do substrato não tem de ser feito necessariamente em ambiente estéril (laboratório). Dependendo do substrato a inocular, a palha de cereais, o serrim de madeira, o substrato compostado, os troncos de madeira, os canteiros de exterior ou a produção de cogumelos em povoamentos florestais poderá ser usado um ambiente mais ou menos assético.

Culturas de várias espécies de cogumelos
Kits com substrato de palha de cereais Kits com substrato compostado
(base de estrume e palha)
Kits com substrato de serrim/troncos de madeira
Pleurotus ostreatus (cogumelo-ostra) Agaricus bisporus (champignon-de-paris) Lentinula edodes (shiitake)
(todo o ano) (out-abr) (todo o ano)
Pleurotus djamor (cogumelo-ostra-rosa) Agaricus brunnescens (portobello) Pleurotus eryngii (cogumelo-de-cardo)
(mai-out) (out-abr) (out-abr)
Pleurotus citrinopileatus (cogumelo-ostra-amarelo) Lepista nuda (azulão) Hericium erinaceus (juba-de-leão)
(mai-out) (out-abr) (out-abr)
Agrocybe aegerita
Pholiota aegerita

(cogumelo-do-choupo)
Coprinus comatus (coprinu-cabeludo) Grifola frondosa (maitake)
(todo o ano) (out-abr) (out-abr)
Stropharia rugosoannulata (rei) - Flammulina velutipes (enokitake)
(abr-out) - (abr-out)
Volvariella volvacea (cogumelo-da-palha) - Ganoderma lucidum (reishi)
(jun-set) - (abr-out)
Pleurotus pulmonarius (cogumelo-ostra-de-verão) - Auricularia auricula-judae (orelha-de-judas)
(abr-out) - (todo o ano)
- - Hypsizygus tessellatus (buna-shimeji)
- - (out-abr)
- - Trametes versicolor (cauda-de-peru)
- - (todo o ano)